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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Enquanto estamos vivos somos imortais

Tenho andado a fugir deste assunto, porque me angustia, porque não quero pensar nisto, porque tenho uma filha e é inevitável a imediata empatia e o imediato pensamento "meu deus, se isto fosse comigo morria".
 
A primeira coisa que fiz quando soube da tragédia foi dar-lhe um abraço muito apertado e dizer-lhe "eu sei que não te posso prender, nem andar contigo ao colo para o resto da tua vida, sei que vais fazer muitas coisas sem mim, quero que faças muitas coisas sem mim, mas por favor, antes de fazeres o que quer que seja pensa cinquenta vezes e tenta divertir-te com um bocadinho de juízo". A miúda, que tem 14 anos, ficou a olhar para mim meio aparvatada e a pensar "pronto, é desta... passou para o outro lado e só com bilhete de ida". Ainda nem sequer sabia o que se tinha passado.
 
Depois deste impacto inicial é que se começou a ouvir falar nas praxes, que o Dux (é a palavra da semana) é que fez e aconteceu, que é um assassino, que as praxes assim, que as praxes assado... e abaixo as praxes, essas práticas do demo que são agora a raíz de todo o mal, amém.
 
Não sou a favor nem contra as praxes. Fiz um curso tão ranhoso que nem direito a benção das fitas tinha e praxes, se as houve, devem ter sido uma coisa tão ao de leve que não me lembro. Acho que cheguei a casa com a cara pintada, mas não me lembro mais que isso. Esta polémica toda à volta das praxes já me enjoa. As coisas estão a ser levadas ao limite do absurdo. Se é para acabar com as ditas praxes, que se acabem de uma vez, senão, deixem lá praxar e ser praxado em paz. Há quem sinta orgulho em ser praxado. Andar nos tranportes públicos de cara pintada e porco até às cuecas, mas no fundo orgulhoso de mostrar ao mundo que se entrou na Universidade (leiam este testemunho). Também há quem não tenha achado piada nenhuma, mas cada um sabe pelo que passou e se saiu melhor ou pior a situação. De que adianta agora toda a gente ter uma opinião sobre aquilo porque muitos nem passámos?
 
Pessoalmente não acho piada nenhuma, mas se são opcionais, estou-me nas tintas para quem praxa e quem é praxado. Só não acho é que se deva agora culpar as praxes e o Dux de todos os males do mundo. Algo se passou naquela noite na praia, e esse algo devia ser contado aos pais porque eu também ia querer saber ao pormenor tudo o que se passou nos momentos que antecederam a morte da minha filha. Não a traria de volta, mas ajudaria a tentar perceber uma lógica que não existe. Mas quanto a mim foi uma brincadeira estúpida que originou um acidente estúpido. Quantos de nós podem dizer que nunca fizeram uma coisa totalmente idiota, que poderia ter dado mesmo muito para o torto, mas na altura somos jovens, as coisas têm sempre uma piada imensa e medidas exactas são coisas que as consequências não têm. Às vezes temos sorte, outras não. E não é preciso haver praxes, a malta arranjará sempre maneira de continuar a fazer coisas parvas porque têm um piadão enorme (e nem mesmo é preciso ser jovem).
 
Estes jovens já eram todos membros das comissões de praxe dos respectivos cursos, por isso todos sabiam ao que iam. Todos eram imortais porque as consequências macabras de acções irreflectidas, como toda a gente sabe, só acontecem aos outros... as desgraças acontecem sempre só aos outros.
 
Eu continuo a não querer pensar muito no assunto e a não querer acreditar que a culpa é exclusivamente do Dux. Tenho uma filha e posso um dia vir a estar no lugar destes pais que ficaram sem os seus, mas também posso vir a estar no lugar dos pais do Dux e imagino que, apesar de tudo, não seja um lugar nada bom pra se estar...
Maga PatoLógica

terça-feira, 18 de junho de 2013

A imaginar dragões...

...anda a minha filha a fazer quase desde que nasceu. Tem dragões para montar em plástico, tem dragões para montar em cartão, tem dragões para montar em Lego, tem dragões que já vêm montados, em suma, tem dragões de todas as formas e feitios e em todos os materiais.
Fala deles como se fossem uma espécie de bicheza real e não pertencente ao imaginário dela e de muitos como ela. Tem livros que falam de tudo sobre dragões: habitats, espécies, origens, etc. Sabe distinguir um Lung Chinês de um Europeu e de mais umas quantas raças com as quais se me farta de encher os ouvidos. A tudo vou dizendo que sim, mas às tantas já estou tão perdida como o outro no labirinto do Minotauro e sem fio de Ariadne que me valha.
Por tudo isto, não deixou de ser uma enorme coincidência que o primeiro concerto a que assistiu fosse o dos Imagine Dragons, que estiveram no Coliseu no passado dia 11.
Ainda não vos disse que a minha filha tem 14 anos e que não me "obrigou" a ir ver os One Direction ou o Justin Bieber. Não gosta muito (aleluia!). Gosta de Fun, dos acima citados, de Muse, de 30 Seconds to Mars, de Foo Fighters, de Pink, de Black Eyed Peas, de Lindsey Stirling, etc. Alguns também gosto, outros nem tanto, mas quero agradecer-lhe porque fui "obrigada" a ir ver uma banda que praticamente não conhecia, mas gostei bastante do concerto. Os "miúdos" são bons em palco e o concerto foi muito bom. E, melhor ainda, não tive de ouvir um monte de pitas histéricas...
Uma das minhas favoritas:
 
Maga PatoLógica
P.S.: Adivinhem qual o clube pelo qual torce (e também foi coincidência, não foi por gostar de dragões).